Então é novembro

Olá a todas e a todos… Eu costumo escrever um texto toda semana, contudo, porém, todavia esse mês que passou, o mês de outubro, foi um tanto quanto atípico, foram 30 dias preenchidos, com diversas situações e compromissos e demandas e alegrias… Quando olhei no calendário, que está afixado na porta da geladeira de casa, e percebi que outubro havia chegado ao fim, foi com um certo espanto que me despedi da folhinha do mês 10 e afixei a do mês 11.

Escrevo o texto de hoje numa tarde de domingo, embalada por um álbum que adoro; se quiserem ouvi-lo também, podem clicar AQUI. Em Lisboa, sol e uma temperatura que não deixa dúvida de que o verão foi de viagem…

Eu poderia dizer, como costumo (ou costumamos todos?) dizer, que o tempo tem voado, posso me lembrar de uma colega que uma vez me disse que existem teorias que hipotetizam que algum eixo do universo mudou de posição e que o tempo verdadeiramente tem passado mais velozmente do que costumava passar, por mais que continuemos a sistematizar esse tempo cronológico em dias, semanas, meses e anos… Mas quando me dou conta de que novembro chegou, o que realmente me vem em mente e coração é tudo o que vivi neste ano… Apesar de dizer que o tempo voa, quando paro para lembrar de tudo o que aconteceu, a sensação é de que vivi 3 anos em 1 ano… Quantas questões, dúvidas, dramas, tensões, expectativas, viagens, quatro estações inteiras, quanta torcida pela minha avó, pelos meus amigos, a felicidade das conquistas alheias, mas tão nossas também, as pequenas-enormes alegrias que o cotidiano (e com este senhor mantenho uma relação de amor e ódio) proporciona, assim, sem esperarmos…  A política no Brasil, o mundo em guerra, o curso, o doutorado, o bico, o preço das coisas no supermercado, as lágrimas choradas, os encontros, os passeios, os cartões postais recebidos, o desemprego, a saudade, os incêndios aqui em Portugal… Eu não sei vocês, mas eu nunca fui uma daquelas pessoas de retrospectivas ou de listas de desejos para o próximo novo (?) ano, mas de uns tempos para cá mudei, assim como passei a gostar de castanha assada e queijada… Agora eu me pego pensando no que foi a vida no espaço de um ano e me pego escrevendo no papel coisas que desejo da vida e de mim. E esses “balanços” anuais que fazemos, ou não, são tão particulares…

Um dia, uma colega, que é filósofa, esteve em minha casa casa e quando viu o calendário que eu tinha na parede (então era uma outra casa, numa outra cidade, o calendário ficava ao lado da porta de entrada do apartamento e era mesmo grande, 50X80 cm), ela me perguntou como é que eu conseguia conviver com aquele “tempo todo” bem diante da cara rs, ela me perguntou se eu não ficava angustiada rs, achei engraçado, nunca tinha olhado para aquilo dessa forma… Certo é que de lá pra cá alguns anos se passaram e o tamanho do calendário que tenho em casa diminuiu significativamente rs … Será que a angústia chegou, agora que percebo, a cada momento, o momento?  Como o Lulu Santos disse “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia” rs. Fato. Mas não necessariamente nostalgia; acho que do que já foi devemos cuidar de nos despedir, com amor e abraços ou adeus.

Seja bem vindo, novembro.