Des ato me

Uma das coisas que me constituem, matéria de que sou feita, antiga em mim, profunda. O que eu deixo entrar e me desorganiza, muda um pouco o prumo, projeto. Finjo que deixo. Na verdade, inunda. Constante exercício é esse que tenho que fazer. Porque então é assim, tem eu e tem o outro. O outro. Terra estrangeira, velha conhecida, familiar, família, é por você que caminho e gosto de caminhar. O que eu sinto me faz saber antes de saber. Pré-sinto. O alívio de estar com o outro que percebe a armadilha. Verdade seja dita, não faço parte de clube que me aceita como sócia. Aceito. Quando for tempo de ser porto. E talvez eu nunca seja. Ela me lembra e eu assumo que gosto de você se vai embora. Gosto que escolhe a sua que não é a minha. Apurando, curtido, no sol, no sal de mares. “Sucos e melaços, doce o caldo derramado deste engenho”, eu reencontro a mim mesma, finalmente. Tem coisas que só entendemos, sentimos e resolvemos estando com o outro. Isso me ensina. Antes, me lembra a lição. É que me distraio, esqueço, daí volto para fazer a lição e quando vejo estou conversando, vendo novela, falando ao telefone. Desatar nós. É preciso fluir. Ir.

Deixe um comentário